O BRASIL NO REINADO DE DOM PEDRO II & ÁFRICA E ASIA NO SÉCULO XIX
INTRODUÇÃO
O segundo reinado teve
inicio com a antecipação da maioridade de Dom Pedro II, em 1840. Esse período
pode ser considerado o apogeu da monarquia brasileira representante dos
interesses das elites. A centralização politica e administrativa iniciada em
1837 permaneceu, ao passo que as revoltas herdadas do período anterior, além de
outros movimentos sociais que colocavam em risco a ordem monárquica, foram
“pacificados”. No vértice do poder, os partidos conservador e liberal, as vezes
sozinhos, ás vezes juntos, como no período da “conciliação” entre 1853 e 1858,
integravam o governo de Dom Pedro II.
A historiografia tradicional
do Ocidente, impregnada de uma visão eurocêntrica, quase sempre tratou a
historia de outras regiões como irrelevante. Esse olhar, que considerava a
Europa o eixo do movimento civilizatório e evolutivo, foi construído desde a
antiguidade, época que região mediterrânea era definida como o centro do mundo.
Poucos eram os que
consideravam africanos e asiáticos como seres humanos iguais ao europeus,
diferentes apenas nos aspectos étnicos e culturais. Durante a idade média, à
cor negra foi associada ao pecado e ao demônio. Povos asiáticos também eram
vistos pelos europeus com estranhamento e desconfiança, embora com certo
fascínio por sua cultura tao distinta. Esse sentimento de superioridade foi uma
das marcas da violência exercida pelos europeus contra povos de outros
continentes na formação de impérios coloniais durante a idade moderna quando a
Europa passou a centralizar o poder econômico, politico e militar mundial.
A
MÃO DE OBRA NO SEGUNDO REINADO E O COLONIALISMO NA ÁFRICA E NA ÁSIA
O tráfico escravista era
legal e amplamente praticado até o inicio dos séculos XIX. Enquanto isso, o
desenvolvimento capitalista, consolidado com a Revolução Industrial iniciada na
Inglaterra, buscava ampliar seus mercados. Nesse contexto, a escravidão começou
a ser considerada um obstáculo ao crescimento do capitalismo e as pressões pelo
seu fim multiplicaram-se. Os ingleses lideravam essas pressões internacionais.
Além da razão econômica, o
desenvolvimento e consolidação de princípios liderais levaram diversos grupos a
combater a escravidão por razões humanitárias.
Incursões britânicas em
águas territoriais do Império e seguidos conflitos levaram á assinatura da lei
Eusébio de Queirós, 1850 e Bill Aberdeen em 1845, que legalizava a captura de
qualquer navio utilizado no tráfico negreiro, e proibição do tráfico atlântico
de escravizados. Entretanto, o tráfico negreiro continuou a ser praticado
ilegalmente.
As diversas formas de
resistências dos escravizados como fugas e rebeliões, associadas á pressão de
amplos setores da população contrários á escravidão (campanha abolicionista) e
ao estímulo á imigração de trabalhadores livres, foram decisivos para o fim do
tráfico negreiro.
Não é possível entender a
África atual sem o tráfico de escravos, que teve como um dos principais
destinos o Brasil. O território asiático também despertou o interesse dos
europeus. Diferentemente a África, a Ásia teve mais conquistadores como a
Rússia, França, Países baianos, Espanha e claro Portugal.
Assim gerando diversas
guerras como a Guerra do Ópio e a Guerra dos Boxers. Outros acontecimentos como
a Era Meiji, em que o Japão sofreu diante dos Estados Unidos. E o imperialismo
na Índia, da mesma forma que a China, a India foi arruinada pelo imperialismo
inglês depois de haver prosperado sob o domínio parcial do Império Mogol,
estimulou agricultura, construiu estradas e fortaleceu o artesanato. Mas a
Revolução Industrial destruiu seu comércio, pois os ingleses compravam o
algodão indiano e o revendiam como tecidos já prontos a baixo custo, para a
própria Índia, fazendo grande concorrência com a produção local.
A
EVOLUÇÃO POLÍTICA DO SEGUNDO REINADO E A CRISE DO IMPÉRIO OLIGÁRQUICO
Os interesses e projetos dos
dois principais grupos políticos do Império, o partido conservador e o partido
liberal, não eram substancialmente diferentes com pequenas discordâncias, ambas
as correntes aceitavam e defendiam a estrutura oligárquica, imperial e
escravista da sociedade brasileira, divergindo apenas na forma de mantê-las.
Isso explica a alternância desses grupos no controle do governo imperial.
O parlamento foi
estabelecido em 1847, após algumas situações iniciais de confronto entre os
grupos envolvendo violentas eleições ilegítimas (chamadas de “eleições do
cacete”) e lutas contra o poder central, como a revolução Farroupilha e a
revolta liberal de 1842 chamado por alguns historiadores de parlamentarismo ás
avessas, esse sistema tinha um caráter centralizador e oligárquico. Com o
critério Censitário e a exclusão dos escravos, não se caracterizava como um
sistema político representativo da sociedade brasileira . A instauração do
parlamento Imperial garantiu a concretização do regime e a fase de conciliação,
na década 1850, promoveu o auge da dominação oligárquica durante o império. Com
o projeto político Imperial consolidado, a atenção do governo s e voltou para a
política externa. Essa fase foi marcada pela ocorrência diversos conflitos na
região do prata, no extremo sul do país, e de artistas diplomáticos com a
Inglaterra.
CONCLUSÃO
O
FIM DO IMPÉRIO
Apesar de persistir
na buscar de conciliação com os grupos oligárquicos, Dom Pedro II não conseguiu
impedir que novos conflitos de interesses surgiram em meio á grande
transformações económica se sociais. As divergências na elite Imperial
enfraqueceram monarquia como vimos, um dos fatores de desgaste foi a questão do
fim da escravidão.
Outro fator de
desgaste do governo Imperial no final do século XIX foi o atrito com a igreja católica. Uns
conflitos conhecidos como questões religiosas, tiveram sua origem no regime do
padroeiro, com O qual o imperador controlava a Hierarquia eclesiástica e o
conjunto do clero ,podendo nomes bispos. Eles tinha ainda o direito de
ratificar ou não o cumprimento desordens do papa do país.
Ao mesmo tempo, em
fins do século XIX setores do exército começaram a assumir posições cada vez
mais críticas em relação ao governo Imperial.
O governo Imperial suscetível a criticas contra escravismo determinou que o tenente coronel fosse detido e transferido do Rio de Janeiro para o Rio Grande do Sul, gerando grandes inquietações entre os oficiais. Em 1886, Madureira fez declarações públicas que teria sido mais uma vez punido, não fosse recusar de seu superior o Marechal Teodoro da Fonseca, em repreende-lo no claro ato de subordinação ao governo. O descontentamento do exercício brasileiro atingiu seu auge e esse atrito entre as instituições ficou conhecido como questão militar.
O REPUBLICANO
Em 1820, a imprensa
do Rio de Janeiro publicou o Manifesto Republicano, elaborado por integrantes
de uma dissidência radical do partido liberal. Pouco tempo depois, foi fundado
o partido republicano e, em 1873, o partido republicano paulista. No mesmo ano,
um grupo de grandes cafeicultores paulistas aderiu ao movimento republicano.
Na noite de 14 de
novembro de 1889, unidades militares estacionadas em São Cristovão, no Rio de
Janeiro, se regularam. Na manhã seguinte, os rebeldes marcharam em direção ao
centro da capital do Império sob o comando de Teodoro, da tarde do mesmo dia,
na câmera municipal do Rio de janeiro. José do patrocínio declarava a
proclamação da república.
Ausente do Rio de
Janeiro, por estar em tratamento de saúde na cidade de Petrópolis, Dom Pedro
II foi instado a sair do país pelo novo
governo, presidido por Teodoro da Fonseca. Na madrugada de 12 de novembro,
acompanhado pela família ele embarcou para a Europa. Era o fim da monarquia no
Brasil.
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O
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1- O Golpe da Maioridade,
que colocou Pedro II no trono em 1840, representou:
a) a vitória dos liberais, que retornaram ao governo, convidados
para formar o primeiro ministério do Segundo Reinado.
b) a ascensão dos conservadores afastados do poder desde o Avanço
Liberal.
c) o enfraquecimento do regime monárquico e o crescimento do
republicanismo.
d) o declínio da aristocracia rural, já que o novo governo não
apoiava a manutenção de seus privilégios.
e) o fortalecimento da democracia, fato comprovado na primeira
eleição do Segundo Reinado, a "eleição do cacete".
2- Durante o Segundo Reinado, com a
consolidação de um projeto político nacional, após os conturbados anos da
década de 30 do século XIX, o Brasil ampliou sua projeção externa e esteve
envolvido em várias questões importantes no plano internacional, principalmente
na região da Bacia do Prata. Sobre a política externa do Segundo Reinado para
essa região, é correto afirmar:
a) Foi negociado o fim da Guerra da
Cisplatina.
b) O Brasil subjugou a Argentina na
guerra contra o Aguirre.
c) Foi celebrada uma aliança com o
Paraguai para conter a expansão uruguaia.
d) O Brasil promoveu paz na região.
e) Foi criada a Tríplice Aliança
contra o Paraguai.
3- Dom Pedro II, após a abdicação de seu pai, em 1831,
passou a ser Príncipe Regente do Brasil. Essa fase durou até o ano de 1840,
quando foi formalizada a sua situação como imperador, quando ele tinha apenas
14 anos de idade. Essa formalização ficou conhecida como:
a)
Regência Una.
b)
Regência Trina
c)
Soberania Clandestina
d)
Nepotismo
e)
Golpe da Maioridade
4- Durante a segunda metade do século
XIX, o Brasil experimentou um progresso jamais visto, quando houve a expansão
da economia brasileira, apoiada pelo imperador D. Pedro II. Podem-se citar como
razões desse progresso:
I.
a expansão da lavoura cafeeira e a implantação do sistema ferroviário.
II.
a introdução do trabalho livre do imigrante e o crescimento urbano.
III.
a solidificação do tráfico negreiro e os maciços investimentos do capital
alemão.
IV.
a implantação da Lei de Terras e a dinamização das atividades industriais.
Está
(ão) correta(s):
a)
apenas II.
b)
apenas III.
c)
apenas I e III.
d)
apenas I, II e IV.
e)
I, II, III e IV.
5-
A expansão capitalista no século
XIX ficou conhecida como imperialismo, e o domínio dos países europeus sobre a
África e a Ásia foi denominado neocolonialismo. Sobre o resultado da junção
desses dois fenômenos - o imperialismo e o colonialismo - na África e na Ásia,
assinale a seguir a alternativa correta.
a- O imperialismo e o
neocolonialismo ajudaram os povos africanos e asiáticos a saírem de seu atraso
secular, possibilitando-lhes o acesso ao progresso tecnológico.
b- A
segunda revolução industrial, o capitalismo monopolista e os ideais de
progresso estão associados ao imperialismo, ao neocolonialismo e ao completo
domínio dos Estados Unidos, no final do século XIX.
c- Os
maiores beneficiários de todo o domínio imperialista e do neocolonialismo na
Ásia e África foi a classe operária europeia, em face do pleno emprego da
indústria.
d- Através
do imperialismo e do neocolonialismo, as elites econômicas e políticas inglesas
construíram a imagem de que eram o modelo de cultura e civilização, a ser
imitado em todo o mundo.
e- Entre as nações da África, as
que transferiram maiores quantidades de pedras preciosas para a Inglaterra foram
Angola e Moçambique, em razão do neocolonialismo
6- As raças superiores têm um direito
perante as raças inferiores. Há para elas um direito porque há um dever para
elas. As raças superiores têm o dever de civilizar as inferiores [...]. Vós
podeis negar; qualquer um pode negar que há mais justiça, mais ordem material e
moral, mais equidade, mais virtudes sociais na África do Norte desde que a
França a conquistou?
FERRY, J. Discurso ao parlamento francês em 28 de julho de 1885. In: MESGRAVIS. L. A colonização da África e da Ásia. São Paulo: Atual, 1994, p. 14.
FERRY, J. Discurso ao parlamento francês em 28 de julho de 1885. In: MESGRAVIS. L. A colonização da África e da Ásia. São Paulo: Atual, 1994, p. 14.
Sobre o Imperialismo e o Neocolonialismo no continente africano no
século XIX, é correto afirmar que:
1)
|
os
países europeus procuraram justificar a dominação de outros povos com base em
uma interpretação equivocada das teorias de Charles Darwin, adotando o que se
chamou de darwinismo social.
|
2)
|
Leopoldo
II, rei belga, constituiu uma sociedade privada comandada por ele para ocupar
e administrar seus territórios na África. Isso se deu depois que o Parlamento
da Bélgica não apoiou o desejo do rei de estabelecer um império colonial.
|
4)
|
os
europeus, por conhecerem pouco os recursos naturais e a geografia africana,
sucumbiram muitas vezes na tentativa de ocupar o continente, o que explica
terem levado quase todo o século XIX para consolidar seu projeto neocolonial.
|
8)
|
estudos
recentes têm levado em consideração o fato de que a resistência africana à
invasão europeia no continente contribuiu para acelerar o processo de
dominação através de intensas ações militares.
|
16)
|
a
Conferência de Berlim foi realizada na Alemanha, entre 1884 e 1885, com a
presença de algumas lideranças de diferentes etnias africanas que concordavam
com as ações das nações europeias.
|
32)
|
muitas
fronteiras foram criadas por meio de acordos diplomáticos entre os países
europeus levando em consideração as divisões étnicas e culturais dos povos
que ali viviam como estratégia para evitar possíveis conflitos entre os povos
originários do continente.
|
7- É incorreto afirmar, sobre o imperialismo do final do
século XIX:
A) A unificação de Itália e Alemanha não se relaciona com
as políticas imperialistas do período.
B) O Nacionalismo foi um dos suportes da política
imperialista.
C) "O sol nunca se põe no império Britânico" é
uma expressão que nos fornece uma ideia sobre as extensões das políticas
imperialistas.
D) O imperialismo provocou aumento da pobreza, em países
como a Índia.
E) A política imperialista não ficou restrita à África.
8- No decorrer do século XIX, as grandes potências europeias
lançaram-se à conquista colonial da África e da Ásia. Sobre a ocupação da
África e suas consequências, é incorreto afirmar:
A) A violência em que se deu a colonização provocou grandes
distorções nas estruturas econômicas, sociais e culturais dos territórios
dominados. Intrigas entre etnias foram estimuladas e antigos reinos destruídos,
vencidos pela superioridade militar dos colonizadores.
B) Os europeus demarcaram fronteiras, confiscaram terras,
forçaram grupos nômades a fixar-se em territórios específicos. Em consequência
disso, os Estados africanos atuais, na sua maioria, não têm a mesma unidade
cultural, linguística e social.
C) A ocupação do território africano destruiu estruturas
tradicionais; a economia comunitária ou de subsistência foi totalmente desorganizada,
pela introdução de cultivos e outras atividades, destinadas a atender
exclusivamente às necessidades das metrópoles.
D) A ocupação europeia beneficiou o continente africano,
pois possibilitou a inserção da África na economia capitalista mundial. Antes
da colonização europeia, a economia africana restringia-se a suprir as
necessidades básicas de sua população; assim, os africanos viviam sob condições
de vida bastante atrasadas.
E) A ocupação das colônias criou sérios problemas (muitos
ainda não resolvidos, mesmo na atualidade). Pode-se dizer que muitos dos
conflitos étnicos que existem hoje na região são consequências da dominação
colonial da África.
GABARITO:
1-A
2-E
3-E
4-E
5-D
6-1,2,8
7-A
8-A
1-A
2-E
3-E
4-E
5-D
6-1,2,8
7-A
8-A
Referências:
Autores;
Cláudio
Vicentino e Bruno Vicentino
Editora;
Scipione
Olhares
da História Brasil e Mundo
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